terça-feira, 17 de março de 2009

ADORNO, Theodor. A indústria cultural. In: ______ COHN, Gabriel. (org.). Comunicação e indústria cultural. São Paulo: Nacional, 1978

Fichamento 05

Universidade Federal de Minas Gerais

Comunicação Social / 2º Período

 

Nome: Thiago Martins Lopes de Faria

Disciplina: Teoria da Comunicação

Professora: Vera França

 

Fichamento

ADORNO, Theodor. A indústria cultural. In: ______ COHN, Gabriel. (org.). Comunicação e indústria cultural. São Paulo: Nacional, 1978.

 

1        Adorno abandonou a expressão “cultura de massa” e a substituiu por “indústria cultural” para acabar com a idéia de que ela é uma cultura que surge espontaneamente das massas, ou seja, uma forma contemporânea da arte popular.

2        Os produtos são adaptados ao consumo das massas e estas o determinam em grande medida. Isso ocorre graças às novas técnicas, à concentração econômica e administrativa.

3        A indústria cultural é a união da arte superior e da arte inferior, com prejuízo de ambas.

4        O indivíduo não é o sujeito da indústria cultural, como ela pretende fazer crer, ele é, na verdade, o objeto, ou seja, o elemento secundário. Para reforçar a mentalidade das massas, que é tomada como imutável, a indústria cultural abusa da consideração para com elas.

5        As mercadorias culturais da indústria são orientadas apenas pelo seu valor comercial e não pelo seu conteúdo. O lucro, porém, deve ser imediato, através do seu caráter autônomo. Já as obras de arte, têm sua autonomia abolida pela indústria cultural.

6        A cultura tornou-se integrada à condição esclerosada na qual os homens vivem e os rebaixa cada vez mais. As produções da indústria cultural são apenas mercadorias.

7        O novo, na indústria cultural, é, na verdade, um sempre semelhante com pouquíssimas mudanças.

8        “De resto, não se deve tomar literalmente o termo indústria. Ele diz respeito à estandardização da própria coisa [...] e à racionalização das técnicas de distribuição, mas não se refere estritamente ao processo de produção”.(p.289)

9        A técnica da indústria cultural é diferente da das obras de arte, pois, na indústria, a técnica diz respeito principalmente à distribuição e reprodução mecânica, sendo, dessa forma, externa ao seu objeto, enquanto na arte, ela é relacionada à sua lógica interna.

10    Subestimar a influência e a importância da indústria cultural é sinal de ingenuidade, mas levá-la totalmente a sério é um equívoco.

11    Há um grupo de intelectuais que considera a indústria cultural como inofensiva e democrática, por obedecer a uma demanda e por difundir informação, conselhos e aliviar a tensão, mas a informação é insignificante, os conselhos são fúteis e os padrões de comportamento são conformistas.

12    Esse grupo de intelectuais não é o único relacionado a essa falsa ironia. Os próprios consumidores estão nessa dúvida sobre os reais benefícios da indústria cultural. “A idéia de que o mundo quer ser enganado tornou-se mais verdadeira do que, sem dúvida, jamais pretendeu ser”. (p. 292)

13    A ideologia é colocada como o espírito da indústria cultural. Os representantes dessa indústria pretendem colocar para os homens alguns critérios para sua orientação, e por isso ela deve ser aceita.

14    Porém, aquilo que, supostamente, é salvo pela indústria cultural, é destruído por ela. Ela pretende fixar a idéia de uma vida verdadeira, mas não representa como sendo verdadeira a simples existência.

15    As idéias que a indústria cultural inculca são aquelas que já estão convencionadas. Dessa forma, elas são aceitas sem reflexão alguma, e a dialética é renunciada. A ordem da indústria cultural não tem nada a ver com liberdade.

16    Por meio da sua ideologia a consciência é substituída pelo conformismo. A ordem por ela estabelecida nunca é confrontada, mas isso não quer dizer que esta seja boa. Os problemas são resolvidos apenas na aparência.

17    O seu sistema não permite a evasão, pois ele impõe sempre os seus esquemas de comportamento.

18    A indústria cultural não é inofensiva. O seu objetivo último é a dependência e a servidão dos homens.

19    Ao mesmo tempo em que dá uma satisfação compensatória, com a idéia de que o mundo está em ordem, ela frustra as pessoas na própria felicidade proporcionada ilusoriamente.

20    Não é permitida a formação de homens autônomos, independentes e conscientes. 

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