terça-feira, 3 de março de 2009

TEXTOS BASES; Ortriwano, Gisela Swetlana, A informação no rádio: os grupos de poder e a determinação dos conteúdos. Mattos, Sérgio Augusto Soares, His

Vou destacar primeiro pontos que são incomuns no rádio e na televisão. Entre esses pontos temos um de grande importância que é a excessiva interferência estatal nos dois meios de comunicação. Para começar estes meios de comunicação em massa desde o seu nascimento já tem interferência do governo que é o responsável pelas concessões e sem elas a rádio ou televisão não podem existir. Portanto já há uma interdependência com o governo desde a hora do nascimento de uma emissora de televisão ou de rádio. Além disso, estes meios têm que ceder horários para o governo com propagandas eleitorais e propagandas do próprio governo. O governo dessa forma usa a mídia como legitimador de suas ações e realizações. Outro ponto em comum nestes dois meios é a grande dependência econômica da publicidade principalmente e um pouco menor do governo. E isso, acontece tanto na televisão quanto no rádio. Esta dependência tem como conseqüência os baixos níveis dos programas que passam nestes meios e disponibilidade para horários que atendam a necessidade das agências publicitárias.

Ao falarmos sobre o rádio acredito ser importante citarmos um trecho de Luiz Motta Gonzaga que se encontra em Cadernos de Comunicação Abepec, Ano I, nº2, 1979, pag23. “Assim, ele cresceu quando a publicidade precisou dele, definou quando ela pôde lançar mão de outros meios e agora recupera-se porque o sistema mercantil pressente que o seu uso volta a ser importante para alcançar maior mercado consumidor. O que tem regido, portanto, a expansão do rádio não são os interesses e necessidades da população, mas a ganância comercial, o que explica a alienação de seu conteúdo sobre os problemas imediatos.” Com essa declaração de Luiz fica claro como esse meio de comunicação pode ser dependente de interesses que não sejam seus.
Agora sobre os pontos importantes do rádio vou destacar o novo rumo tomado pelo rádio após o surgimento da televisão no final da década de 50. Antes disso o rádio dominou os meios de massa é era responsável por grande parte dos gastos das agências publicitárias com os meios de comunicação. Portanto o rádio era uma grande empresa como a televisão é hoje. Podemos até dizer que o impacto do rádio sobre a sociedade brasileira a partir de meados da década de 30 foi muito mais profundo do que aquele que a televisão viria a produzir trinta anos depois. Mas vamos ao ponto, para enfrentar a concorrência com a televisão, o rádio precisava procurar uma nova linguagem, mais econômica. Com isso, começa a acentuar-se a especialização das emissoras. Já não era mais possível manter produções tão caras quanto à do período anterior. O radiojornalismo ganha grande impulso nesse novo rumo, temos como exemplo de pioneiros no assunto a rádio Bandeirantes que faz notícias com um minuto de duração e que entravam a cada quinze minutos e, às vezes dependendo da demanda era usado a cada três minutos. No final da década de 50, a rádio nacional está em condições de acelerar sua corrida para um radiojornalismo mais atuante que era agora ao vivo, transmitindo reportagens diretamente da rua e entrevistas realizadas fora dos estúdios. Outro passo importante para a manutenção do rádio foi à adoção de todas emissora do país dos serviços de utilidade pública que teve como objetivo restabelecer o diálogo com os ouvintes.

A tendência à programação musical torna-se cada vez mais acentuada dentro de determinado tipo de emissoras, que alcança inclusive grande sucesso comercial. Ainda no decênio de 60, começam a funcionar as primeiras emissoras em FM. Essas emissoras FM têm sido as responsáveis por uma ebulição no meio que o rádio não conhecia desde o surgimento da televisão. Já na década de 70, esse tipo de transmissão utilizaria canais abertos, surgindo um número bastante elevado de emissoras operando em FM, todas voltadas par aa programação exclusivamente musical. Nessa época, começa a transformação para que o rádio conseguisse sair definitivamente do marasmo em que caiu a partir dos anos 50. A tendência à especialização mostrou-se cada vez maior. Com o aumento da potência das emissoras pequenas e a criação de muitas novas, surge uma segunda etapa no processo de especialização: as grandes emissoras tentam ganhar os diversos segmentos de público, mantendo programas que atinjam diferentes faixas, em diferentes horários.

Na década de 70 com a expansão da radiodifusão sonora. O governo mostra-se preocupado e cria em 1976, a Radiobrás. Ainda nesta época nasce uma outra inovação no meio que foi às agências de produção radiofônica, que produzem programas com artistas famosos e assuntos de interesse do momento, vendendo as gravações para emissoras de menor porte, que não tem condições de realizar produções desse tipo.
Outro ponto é que uma série de recentes aperfeiçoamentos tecnológicos tem permitido que o rádio consiga cada vez melhores condições de transmissão ressaltando sua potencialidade como meio de comunicação. E, ainda que pouco utilizados pelo rádio em transmissões nacionais ou internacionais, os sistemas de comunicação por satélite são uma realidade, agilizando o processo e possibilitando a concretização das grandes redes de emissoras com programação unificada e simultânea. Um dos grandes setores que teve uma relação importante com o aspecto tecnológico foi o setor de esportes. Que devido os problemas técnicos precisarem ser resolvidos e as soluções encontradas eram aplicadas a outras situações. Como exemplo temos a formação de redes –cadeias de emissoras-muito deveu às transmissões de eventos esportivos.

Agora falando sobre o cenário atual podemos ver pelo breve histórico do desenvolvimento do rádio no Brasil, que o processo segue paralelo ao do próprio desenvolvimento do país. Pelas características do nosso país o rádio de abrangência nacional, deixou de ter razão de existir, voltando-se mais para os aspectos regionais, ligados à comunidade em que atua. No tempo atual a especialização é uma forte tendência. Essa que de certa forma sempre existiu, uma vez que é impossível cobrir bem todos os campos de atividade e acabou por mostrar-se uma fórmula eficaz para que o rádio pudesse encontrar outra vez o caminho da expansão. A especialização para garantir a sobrevivência não foi o caminho encontrado apenas pelo rádio. Os outros meios também tiveram que optar por isso.

Paralelo a especialização temos a formação de redes nacionais, que transmitem uma programação unificada para os mais diversos pontos do país, isso é uma realidade cada vez mais presente. O objetivo principal dessa nova tendência está ligado unicamente a fatores econômicos. Que fortalecendo o rádio como alternativa publicitária obtêm-se maior lucratividade com menor investimento. As emissoras que fazem parte de uma rede recebem, ao mesmo tempo, programação e patrocinador. Com isso aparece a produtora radiofônica que oferecem às emissoras um aumento de audiência e conseqüente retorno financeiro, ao mesmo tempo em que prometem não alterar as criações locais.

Portanto conclui-se com os vários exemplos do texto que as redes de rádio estão sendo estruturadas, visando a melhor exploração das potencialidades comerciais do meio. A maior crítica feita a essa tendência é que divulgando os mesmos programas em diversas regiões do país, é a que diz respeito à questão da preservação das características culturais. Como isso o rádio corre o risco de apresentar programas desvinculados da realidade local, perdendo a força da proximidade, da programação feita com base em hábitos e costumes específicos, com o linguajar da própria região.

Agora pretendo destacar os pontos importantes sobre a televisão que nos tempos atuais absorver 60% do total dos investimentos publicitários. E hoje a televisão detém a capacidade de definir “quem é quem”. Com isso já podemos destacar o primeiro ponto que é a potencialidade da televisão de mudança no cenário político. Por isso, durante os governos militares, estes tiveram grande preocupação em controlar esse meio e com os atos institucionais permitiram ampliar o controle dos veículos de comunicação pelo estado. O regime militar contribuiu até para o desenvolvimento técnico da televisão, utilizando-a para promover os idéias do regime e legitimá-lo. Aqui podemos ver como o governo tem uma participação efetiva, influenciando direta e indiretamente o desenvolvimento deste veículo. Portanto no Brasil as condições internas favoreceram muito mais o desenvolvimento da televisão do que os fatores externos. Outro exemplo que temos da influencia do governo na mídia foi à utilização da mídia do governo da Nova República assim como o regime militar para obter respaldo popular.

Um outro exemplo que temos do potencial da televisão de mudança do cenário político é que durante a campanha da primeira eleição presidencial pelo voto popular, esse foi praticamente responsável da eleição de Fernando Collor de Mello e Itamar Franco.

Acredito ser importante destacar as tentativas conjuntas de empresário e governo em expandirem a TV a cabo. Que com a tendência de desenvolvimento global, na década de noventa começou-se a estabelecer as bases para o surgimento estruturado da televisão por assinatura. Também foi iniciada a busca de programas interativos. Esta década registrou também os investimentos das redes nacionais no que diz respeito às suas respectivas infra-estruturas, visando aumentar cada vez mais a produção e exportação de programa.O governo vai iniciar a usa ajuda entre 1995 e 1996 que coloca em prática uma serie de medidas que visa dotar o país de uma infra-estrutura e de serviços de comunicações condizendo com as necessidades da época. Bons mesmo com essas tentativas conjuntas não chegam no Brasil a ter resultados satisfatórios com a TV a cabo.

A convergência entre televisão e a Internet é quase certa, tudo aponta para isso. O avanço previsto é tão grande que permitirá, por exemplo, a quem o deseje, comprar um produto exatamente no momento em que estiver sendo anunciado ou acessar dados referentes ao programa que estiver assistindo. Dessa forma a televisão será cada vez mais segmentada, com programações voltadas a grupos étnicos, associações, jovens, velhos.Uma previsão otimista diz que os telespectadores do futuro, só serão mantidos por quem tiver o que dizer ou oferecer. Bom esse são os pontos que acreditei ser interessante é claro que deixei muito outros interessantes no esquecimento. Como por exemplo, a falta de definição do padrão digital no Brasil e sobre a alternativa para contrabalançar o poder da televisão comercial. Mas se lançar mão desses tópicos o trabalho ficara demasiadamente grande para o que foi proposto.

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